Incompatibilidade
de Gênios
"Dotô,
jogava o Flamengo, eu queria escutar.
Chegou,
Mudou de estação, começou a cantar.
Tem mais,
Um cisco no olho, ela em vez de assoprar,
Sem dó falou,
sem dó falou ,que por ela eu podia cegar."
jogava o Flamengo, eu queria escutar.
Chegou,
Mudou de estação, começou a cantar.
Tem mais,
Um cisco no olho, ela em vez de assoprar,
Sem dó falou,
sem dó falou ,que por ela eu podia cegar."
(João Bosco)
Qual o profissional do ramo do direito de familia
nunca se deparou com situações idênticas ou bem parecidas com as que relata o cantor e compositor João Bosco em sua obra
musical intitulada “incompatibilidade de gênios”?
As relações humanas atualmente, em tempos de “sindrome
de imeadiatismos”, globalização, exigências extremas e pouca paciência para
compreender ao outro, estão se demonstrando cada vez mais efêmeras, sem bases e
equilíbrio. Talvez todos esses problemas contemporâneos se deva a era que
estávamos vivendo, a era de muita informação, pouca prática, inversão de
valores morais, sociais, culturais, em que as pessoas cada vez mais
desesperadas e vazias, não tem mais estruturas para se fortalecerem.
O conceito de família mudou e se consolidou o que
já vinha ocorrendo há anos, caindo direto na dissolução da sociedade conjugal
com a aplicação da figura do divórcio. Mesmo tendo entendido alguns juristas que a figura da separação judicial foi abolida, é possível verificar que ela ainda se encontra presente no Código Civil de 2002, como se denota da leitura do art. 1571, inciso III.
Por um lado é positiva a evolução no campo jurídico
e social o crescimento de divórcios, pois não se pode obrigar, tampouco condenar, quem não mais deseja conviver maritalmente com a outra pessoa, por
incompatibilidade de gênios, por descobrirem ao conviverem diariamente que não
coadunam de pensamentos parecidos, enfim, por diversas e inúmeras situações que
cada caso traz suas particularidades, mas por outro nos deparamos com as
consequências por vezes negativas, oriundas das decisões tomadas por impulsos,
ainda mais quando se envolve filhos nessa ruptura conjugal.
De fato, vivenciar a situação vivida na canção de
João Bosco não traduz a melhor forma de convivência e harmonia e se não tomadas
atitudes às vezes denominadas drásticas, radicais como a morte do casamento, os
danos psíquicos podem ser irreparáveis e o ser humano atual busca a felicidade
e o bem- estar. Os casais da atual
sociedade estão juntos pelo desejo de estarem mesmo e não por interesses como
dependência econômica e tradição familiar, por exemplo. Tomar atitudes e
avançar em passos na vida é bastante complicado e difícil, contudo, necessário,
ainda mais quando se envolve fillhos.
E a relação há de ser resolvida da forma que melhor
represente a convivência entre o casal e o filho havido em comum, o que infelizmente na prática advocatícia não é
comum, o que vivenciamos é pai brigando pela guarda do filho, ou vice-versa,
mas não com o intuito de conviver de perto, dar afeto a criança ou ao
adolescente, mas sim com o único objetivo de atingir a questão emocional do ex-parceiro
que não ficou resolvida.
Direito de família e psicologia nessas situações
caminham em paralelo e deveria ser mais utilizado e divulgado a ciência
psicológica, para quem sabe, no futuro, possamos ver uma sociedade mais dona de
suas próprias escolhas e razões.
Um comentário:
o advogado é muitas vezes um psicólogo. gostei do artigo.
Postar um comentário